quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Autoridade marital

Uma sociedade não pode subsistir senão na ordem e com a coordenação das vontades. A família, sociedade natural, não pode viver, se está dividida em seu próprio seio. Eis porque a autoridade suprema é delegada ao marido, chefe natural da sociedade familiar... Não é de todo conveniente que a família seja representada por um mandatário único perante a sociedade? Esse mandatário natural do grupo familiar é o homem. Aliás, já o Apóstolo ordenara à mulher que obedecesse seu marido.

Comparemos a natureza masculina e a natureza feminina: o homem é dotado de um poder de comando e de direção que não se encontra na mulher, no mesmo grau. Isso resulta evidentemente da diferença de sua compleição física e intelectual, de seus sentimentos e de seu caráter.
O homem é de um vigor físico superior ao da mulher. Esse vigor lhe confere o papel de protetor. Mulher e filho olham-no como a um protetor, pondo nele toda a sua confiança; sabem que serão defendidos contra os perigos da vida pela força do homem. A compleição moral masculina é, naturalmente orientada para o exercício da autoridade. Menos dominado do que a mulher por suas emoções, o homem guarda mais facilmente sua calma em face das decisões a tomar; mais senhor do que ela de suas impressões, tem mais prudência e prevê as coisas com mais segurança.

Do resto, o temperamento feminino parece exigir o apoio da força masculina. A mulher não se sente feliz de poder se confiar e se abandonar a força do homem? e seu amor não se nutre, em parte, da admiração que ela lhe dedica por constatar no homem a coragem e a decisão? Desde que ela tenha confiança e, por pouco que o marido exerça sua autoridade com prudência e clarividência, a mulher obedece facilmente. Por outro lado ela se revolta e se perturba quando o marido não sabe ordenar. Quando ela se vê na obrigação de tomar as rédeas do governo, a confiança se transforma em desprezo.

Nessa transferência de poderes, que é contra a natureza das funções masculinas e femininas, não é raro que a mulher perca seu equilíbrio, tornando-se facilmente dominadora, excessiva, desarrazoada. E, se ela não perde a delicadeza de seus sentimentos femininos, dirige a vida familiar em função de suas simpatias ou antipatias, em lugar de fazê-los pela razão e com espíritos de Justiça.
(O casamento - Cônego Jean Viollet)

PS: grifos meus